quinta-feira, 5 de abril de 2012

Final Four - 72 horas depois.

Daqui alguns meses, Sam Cassell não será mais o cara mais feio do mundo a pisar numa quadra de basquete


Sem rodeios, o jogo que definiu quem levaria o título da NCAA não ia ter muita emoção e se você achou que ia ter não teve bom senso. Desde 2009 John Calipari vem montando esquadrões em Kentucky aplicando uma fórmula que assusta muitos puristas do basquete universitário(sim, embora o conceito de esportes universitários no Brasil praticamente não exista, nos EUA é uma coisa muito séria que movimenta bilhões de dólares, a liga de futebol americano universitário é mais rica e popular que a NBA nos EUA). Depois de dois anos batendo na trave, esse ano não teve erro.

Calipari basicamente recruta os melhores calouros do país, com a promessa de fazer o "one-and-done", é basicamente um "venha para Kentucky, jogue no meu sistema e você vai sair logo no primeiro round". E assim ele conseguiu em 2009 John Wall, DeMarcus Cousins, Eric Bledsoe e Daniel Orton, todos escolhas de 1º round, sendo que Wall foi 1st overall e Cousins a quinta. Em 2010 ele conseguiu Brandon Knight, Terrence Jones, que só não saiu no primeiro ano porque ficou receoso com o lockout, e teria conseguindo Enes Kanter se o mesmo já não tivesse jogado profissionalmente. E esse ano ele fez a proeza de conseguir as prováveis duas primeiras picks do draft, Anthony Davis e Michael Kidd-Gilchrist, algo nunca antes feito.

Falando sobre os dois, eles são consenso em uma das classes que é vendida como uma das melhores desde de 2003(eu tenho minhas dúvidas). Davis teve uma final discreta no ataque(1-10), mas ele vai ser a 1st overall pela sua defesa, e lá ele é um monstro(seis tocos e um roubo na final). Sua envergadura absurda ajuda muito na hora de distribuir tocos, e por ter sido um guard até uma certa idade, tem uma boa habilidade com a bola nas mãos. Precisa adquirir mais massa muscular e acertar o seu jogo ofensivo para se dar bem na NBA. Mas com 19 anos, é muito improvável que ele não se torne um superstar.

Já Kidd-Gilchrist(uau, digitei certo de primeira) é adorado pelos olheiros não por seu talento natural. Não que ele não o tenha, é um excelente defensor e um terror em quadra aberta. Mas o que mais salta a atenção de todos que o observam mais de perto é o seu caráter e ética de trabalho, além de se entregar 100% em todo momento dentro de quadra. Ele tem questões abertas em seu jogo, principalmente no seu arremesso e no quanto ele vai ser efetivo em meia-quadra. Mas ele já tem a defesa da NBA e vai ter vontade de melhorar desde seu primeiro dia na liga, além de entregar com tudo em cada jogada.

A provável terceira escolha, Thomas Robinson, também jogou segunda-feira. E pareceu um jogador da NBA no meio de universitários, já tem um corpo pronto pra ser profissional. Não é um cara técnico, mas no mínimo ele vai apanhar uns bons rebotes e fazer alguns highlights.

Ah, o fato de eu escrever esse post 72 horas depois não tem nada de especial. É porque eu só consegui escrever isso agora mesmo.

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