Preview da Temporada - Boston Celtics

2012-13: 41-40/.506

Técnico: Brad Stevens

Maior Adição: Brad Stevens

Maior Perda: Paul Pierce/Kevin Garnett

Starters: Rajon Rondo, Avery Bradley, Jeff Green, Kris Humphries, Kelly Olynyk(Vitor Faverani)

Expectativa: Conseguir uma boa escolha de draft para seu projeto de reconstrução.

Só pra relembrar, vai.

Foi muito bom, foi muito legal...mas acabou. Depois de 6 temporadas que renderam aos Celtics um título e um vice-campeonato, além de 314 vitórias na temporada regular, os Celtics resolveram recomeçar. E "recomeçar" significou recomeçar do zero. Os Celtics surpreenderam todo mundo ao trocar Paul Pierce, 14 anos de time e um dos maiores Celtics de todos os tempos, e Kevin Garnett, símbolo do início da era vencedora do Celtics, para o Brooklyn Nets, em troca de 4 escolhas de draft e um monte de jogadores que literalmente foram jogados na troca só para igualar os salários, ou você espera que Keith Bogans, Kris Humphries e Gerald Wallace sejam peças fundamentais no futuro do time? É bem capaz que Boston ainda tente virar o contrato de Gerald Wallace por qualquer coisa durante a temporada, embora essa não seja a especulação de troca mais quente do time.

Para completar o desmanche, o time trocou até o técnico. Não dá pra dizer que o Rivers foi para pastos mais verdes(rimshot), mas ele resolveu que não queria passar por uma situação de reconstrução, e resolveu ir para um time estabelecido. O Clippers, pressionado por Chris Paul, assumiu o contrato do técnico em troca de uma escolha de primeira rodada. No final das contas, todo mundo saiu ganhando no acordo. 

Para substituir o técnico que mais dirigiu a franquia desde o lendário Red Auerbach, os Celtics resolveram apostar em sangue novo. Surpreendendo todos mais uma vez na temporada, os Celtics anunciaram que o ex-treinador de de Butler, Brad Stevens, iria assumir o comando do time. E embora a experiência dos Celtics com técnicos vindos da NCAA não seja muito animadora, com Rick Pitino fracassando de maneira até cômica no comando do time(Larry Bird is not walking through that door), as coisas dessa vez prometem ser diferentes. Brad Stevens não tem nem de longe o ego enorme e imagem que Pitino tinha quando assumiu o Celtics, sendo reconhecido como um jovem técnico talentoso e muito estudioso, que liderou um pequeno programa até duas finais de NCAA, um grande feito. Stevens será o técnico mais jovem da NBA essa temporada, e o processo de reconstrução dos Celtics também envolve sua evolução e aprendizado dentro da liga, com toda a confiança do General Manager Danny Ainge, mostrada pelo longo contrato dado ao jovem técnico(5 anos).

O resultado disso tudo é um futuro otimista, com o time limpando sua folha de pagamentos, se posicionando bem para um dos melhores drafts dos últimos anos e tendo várias escolhas de primeira rodada para os próximos. Porém um bom posicionamento para o draft de 2014 implica em perder vários jogos essa temporada, e o time dos Celtics está bem "preparado" para isso.

Um elenco no mínimo confuso, com Jeff Green como o único ala de qualidade, sem nenhum pontuador decente  no perímetro, um garrafão com bons jogadores ofensivos mas ninguém capaz de defender a cesta, além de um buraco inicial na armação com Rajon Rondo lesionado, não inspira nada de grandioso. Grandes quedas são especialmente esperadas especialmente na defesa do time, que pela primeira vez desde a chegada de Garnett, deve estar entre as piores da liga.

Apesar disso tudo, com a gerência do time esperando mais um desenvolvimento dos jovens do time(Bradley, Olynyk, Faverani, Pressey, Sullinger) do que necessariamente vitórias, além do já falado posicionamento no draft de 2014, falta de vitórias não vai ser um grande motivo de preocupação para os Celtics. No final das contas, eles escolheram esse caminho ao mostrar a porta para Pierce e Garnett.

Porém, sobrou uma casualidade desse esforço de reconstrução. Rajon Rondo sofreu uma ruptura dos ligamentos do joelho no meio da temporada passada, e tudo indica que ele vai perder a primeira parte da temporada. A grande questão é: O que fazer com Rondo nesse time em reconstrução? Certamente ele é excelente e ainda jovem o suficiente para participar de uma nova versão de um futuro time vencedor dos Celtics, porém o valor que se pode extrair dele numa possível troca pode fazer os Celtics não recusarem uma troca caso uma boa oportunidade surja. Com vários times em reconstrução ou procurando chegar aos Playoffs de maneira desesperada, essa oportunidade pode muito bem surgir, e os Celtics se verem em um interessante dilema.

No fim das contas, os Celtics olham para o futuro. E embora o time dessa temporada possa até ser interessante de se assistir as vezes(nem que seja para ver como Stevens lida com sua primeira oportunidade na liga), com certeza o torcedor dos Celtics preferiria avançar essa temporada em Fast Foward e ver o que vai acontecer depois.

Preview da Temporada - Cleveland Cavaliers

2012-13: 24-58/.413

Técnico: Mike Brown

Maior Adição: Andrew Bynum/Jarrett Jack

Maior Perda: Shaun Livingston

Starters: Kyrie Irving, Dion Waiters, Earl Clark, Tristan Thompson, Anderson Varejão/Andrew Bynum(quem estiver saudável no momento)

Expectativa: Playoffs, voltar a ser atrativo para LeBron James

Tudo envolvendo o Bynum tem de ter essa foto.

Entrando no Draft de 2013, os Cavaliers tinham uma das situações mais promissoras da NBA, com a primeira escolha do Draft, além de uma escolha adicional de primeira rodada e bastante espaço no salary cap, os Cavs tinham potencial de se tornar um dos times mais promissores da liga.

E o resultado disso foram movimentos...arriscados. Anthony Bennett(só eu que vejo a palavra "Derrick Williams" escrita na testa dele?) foi a primeira escolha, causando surpresa geral entre todos, que esperavam Nerlens Noel ou Victor Oladipo na primeira escolha. A outra escolha também foi arriscada, com o time apostando no potencial do ucraniano Sergey Karasev. Tudo bem que era um draft considerado fraco, mas o Cavaliers fez duas escolhas arriscadíssimas, que podem dar muito certo ou serem duas piadas daqui a alguns anos.

E na Free Agency o time fez um mercado estranho, primeiro foi buscar Earl Clark, dando um contrato alto para um jogador que vinha da primeira boa temporada na carreira, depois fez uma boa adição, ainda que por um contrato longo, em Jarrett Jack, que dá ao Cavs uma versatilidade muito boa na armação. E em uma das grandes notícias da temporada, o time resolveu acolher Andrew Bynum e seu cabelo; ainda que com um contrato todo cheio de meandros, parcialmente garantido e que dá ao Cavs flexibilidade pra chutar o pivô caso suas lesões persistam e impeçam ele de jogar(clique aqui para saber detalhes). Tudo isso resulta em um roster estranho, que pretende solucionar seu principal problema em quadra na temporada passada, a defesa horrorosa, com um "novo" técnico(o velho conhecido Mike Brown) do que necessariamente com novos jogadores, na esperança que a cartilha de defesa disciplinada e pesada tenha um bom impacto nos seus jovens jogadores, especialmente Kyrie Irving, que vem se mostrando um dos piores defensores de sua posição.

Todo os movimentos do Cavaliers foram feitos com a cautela de deixar espaço no cap para o ano que vem, quando há a possiblidade(nada garantido) de que LeBron queira retornar ao Cavaliers, algo já bem explicado nesse post do João Carlos aqui no Blog.

No final das contas, o que temos é um time com grande potencial nos dois extremos. Se Andrew Bynum e Varejão conseguirem combinar para ao menos uns 70 jogos(grande questão), Bennett e Karasev forem úteis logo de cara, Earl Clark provar que a temporada passada não foi algo efêmero(e melhorar o chute de fora), Kyrie Irving se tornar um defensor mais consistente agora no esquema de Mike Brown e evitar as lesões, Tristan Thompson e Dion Waiters evoluírem e a defesa do time ficar mais consistente com Mike Brown, o Cavs é um forte time de Playoff. Caso tudo dê errado, as coisas podem se resumir a mais uma temporada torcendo pelas bolinhas de ping-pong; se houver um meio-termo, com algumas coisas dando certo e outras nem tanto, o time vai brigar pelas últimas vagas de Playoffs com um bolo grande de times(Bucks, Raptors, Pistons, Wizards, Hawks). E dependendo de como tudo se desenrolar, a expectativa pelo Retorno do Rei não vai ser pequena. Corações de Cleveland, preparem-se.

Preview da Temporada - Brooklyn Nets

2012-13: 49-33 / .598
Técnico: Jason Kidd
Maior Adição: Kevin Garnett
Maior Perda: C.J. Watson(pois é)
Starters: Deron Williams, Joe Johnson, Paul Pierce, Kevin Garnett, Brook Lopez.
Expectativa: Brigar pelo título.

E falam que salários por fora não existem na NBA

O Nets não parecia tem muito futuro. Com um elenco engessado, com os contratos de Gerald Wallace e Kris Humphries embaçando o salary cap, o time não parecia ter muito potencial para adicionar jogadores além do draft, e das pequenas exceções que tinha. Tudo indicava que o Nets ia cair na mediocridade na conferência oeste.

Bom, não quando se tem o Roman Abramovich da NBA. Aproveitando-se de uma situação de reconstrução em Boston, o Nets conseguiu tirar Paul Pierce e Kevin Garnett em uma troca que envolveu todas as picks que o time poderia dar. O preço? Um adicional a mais na multa por exceder o cap e garantir a última temporada de Kevin Garnett, para que o mesmo desistisse de exercer o direito de se recusar a ser trocado(ele tinha uma cláusula no seu contrato que permitia isso); mas a última coisa que é problema pro Nets é dinheiro. Com essa troca, de time medíocre e sem futuro, o Nets saltou imediatamente para o rol dos melhores da liga.

Porém ainda faltava um pouco de profundidade ao elenco, que além de velho não tinha muitas peças. Pois bem, o Nets foi adicionando veteranos úteis pelo mínimo da liga, como Shaun Livingston, Andray Blatche, Alan Anderson, além de draftar o pogobol gigante Mason Plumlee. Os Nets também contavam com Jason Terry e Reggie Evans vindo do banco, além de esperar um ano melhor de Mirza Teletovic, após sua primeira temporada servir como adaptação.

O que ninguém esperava é que o Nets subornaria por baixo dos panos conseguiria barganhar com Andrei Kirilenko, que abriu mão de 10 milhões em um ano no Minnesota Timberwolves para ganhar 6 em dois com o Nets. O relacionamento de Kirilenko com Prokhrov certamente ajudou, foi uma puta de uma mutreta. Kirilenko dará ao time uma flexibilidade excelente, podendo marcar várias posições na quadra, descansando tanto Johnson, como Pierce e Garnett e garantindo que o Nets tenha um banco forte,

Falando em banco, comandando o time teremos um novato muito conhecido. Jason Kidd fará sua estreia na liga como técnico, logo depois de ter se aposentado jogando pelo New York Knicks. O ídolo da franquia dos tempos de New Jersey ainda está aprendendo os meandros da nova função, mas contará com a ajuda do velho técnico e agora seu assistente Lawrence Frank. Kidd provavelmente delegará muitas coisas a seu auxiliar, tendo mais um papel de liderança no time durante seu primeiro ano.

Somando-se aos novos reforços, temos o que sobrou da temporada passada. E com a limpa feita, o que sobrou foi praticamente o que foi bom na última temporada. Deron Williams teve um fim de temporada muito forte após tratar de seus problemas no tornozelo, Brook Lopez teve uma excelente temporada depois de voltar de lesão, se consolidando como o melhor pivô pontuador da liga(desculpe, Big Al) e Joe Johnson foi um pouco decepcionante, mas se mostrou sólido e vai continuar sendo uma boa opção, especialmente nos fins de jogos apertados. Vindo do banco, o reboteiro maníaco Reggie Evans e o surpreendentemente produtivo Andray Blatche darão profundidade ao garrafão do time, que também conta com uma melhor temporada de Mirza Teletovic.

O Nets ainda tem algumas nuvens sobre seu futuro. A média de idade do time é alta, e Jason Kidd precisará administrar bem os minutos de todo mundo para evitar uma crise de lesões(ele já sinalizou que não vai utilizar Kevin Garnett excessivamente durante a temporada regular, para mantê-lo fresco para os playoffs), além disso, há preocupações sobre a falta de velocidade do time e como Kidd vai se sair no seu primeiro ano como treinador. Porém há muito talento nesse time, além de experiência. O Nets já desponta como um dos melhores ataques de meia-quadra da liga e uma defesa sólida(embora isso ainda dependa de Garnett), salvo alguma crise absurda de lesões ou racha no elenco, o time terá vaga nestes playoffs, e com certeza competirá forte na briga para destronar Miami.

Preview da temporada - Atlanta Hawks

2012-13: 44-38 / .537
Técnico: Mike Budenholzer
Maior adição: Paul Millsap
Maior perda: Josh Smith
Starters: Jeff Teague, Lou Williams, Kyle Korver, Paul Millsap, Al Horford
Expectativa: Brigar por playoffs

Horford, o bêbado e Millsap

A torcida do Atlanta Hawks viu vários bons times nos últimos anos, mas esses times nunca conseguiram grande coisa nos playoffs. Para essa temporada espera menos do que nos últimas temporadas, no qual o Hawks foi figurinha carimbada na fase final, se não houver nenhuma contratação nas próximas semanas, Atlanta vai lutar por vaga nos playoffs, nada mais que isso.

Durante a off-season, Josh Smith resolveu sair dos Hawks e se juntou ao Detroit Pistons, uma perda muito grande para equipe, tanto na parte ofensiva e principalmente na defensiva. Uma coisa que a torcida dos Hawks não vai sentir falta são dos arremessos malucos de Smith da linha de três pontos. Para compensar a saída da principal estrela, os Hawks contrataram Paul Millsap que jogava no Utah Jazz, uma reposição muito boa e talvez até melhor que Smith. Elton Brand foi outro bom reforço para a posição.

Os Hawks trocaram de head coach para a temporada, com a chegada de Mike Budenholzer fica uma dúvida, será que ele é capaz de comandar um time da NBA? Ele tinha uma excelente reputação como assistente, por isso a esperança é grande. Ou vai ser preso de novo por dirigir bêbado? Eis a questão.